(Extraídos de diálogos com seguidores do Linkedin e FB em 13.ago.2021)
Por Rocha, Enilton F. 13. Ago. 2021
Atendendo pedidos de seguidores da rede social e de alguns clientes, a seguir alguns microtextos deixados no meu LinkedIn e no grupo EaD: além da pedagogia e da euforia – no Facebook, para leitores interessados no dia a dia da EaD tanto corporativa quanto acadêmica.
São relatos de experiências e de aprendizagens com metodologias ativas em projetos que coordeno, na educação de adultos, a distância, pelo Brasil afora.
Microtexto 1: Roteirização da Aprendizagem Invertida – AI: o que muda em relação ao convencional? (13 jul. 2021)
No próximo dia 20, saberemos se esta metodologia faz sentido na aprendizagem do adulto. Se aprender pelo erro pode ser mais eficiente na maioria das vezes.
Hoje, durante a apresentação que fiz desta proposta de aprendizagem, descobrimos, avaliando seus pontos e contrapontos, elementos ainda desconhecidos e os efeitos que poderão causar, tais como: qual narrativa seria mais adequada para o jogo ou a problematização, considerando o mix de estações de aprendizagem de apresentação com as de interação online?
Quais seriam os pontos essenciais ou críticos da narrativa direta considerada mais adequada na aprendizagem por pares?
Enfim, só depois do dia 20 teremos mais elementos que possam nos ajudar a compreender as diferenças entre a construção de roteiros da aprendizagem online tradicional e a invertida.
Muitas expectativas até lá.
Microtexto 2: Aprendizagem Invertida – AI (08 ago. 2021)
Há uns dias postei aqui sobre a experimentação da metodologia Aprendizagem Invertida ou AI utilizando Estações de Aprendizagem – EdA online, sobre a qual estou escrevendo um artigo.
Em breve publicarei aqui o artigo. Estamos tabulando e analisando os dados, mas até agora algumas surpresas com a expectativa de que estamos no caminho certo.
Alguns contrapontos/requisitos:
1 – o professor precisa possuir além da proficiência tecnológica o espírito criativo e experiência em EaD;
2 – os estudantes precisam participar das atividades da Sala de Aula Invertida integrada com a atividade AÍ;
3 – a relação direta com a realidade dos estudantes precisa estar em sintonia com o propósito da AÍ;
Pontos:
4 – a narrativa direta provou que além de tornar a atividade mais curiosa, mais instigante ela esconde, em seu mistério, o desejo do adulto de desafiar-se, de permitir-se ao erro…
5 – observando os diálogos e dialógicas entre os estudantes nas estações de aprendizagem online e grupais, as evidências de curiosidade, de vontade em descobrir os erros/desafios e compartilhar com os colegas suas prováveis causas foram muito gratificantes;
6 – o esforço em apresentar aos colegas e ao professor as descobertas, aprendizagens e proposituras são gratificantes não só para eles, os protagonistas, mas também para nós do
make off e para o professor.
Enfim, muita coisa a desvelar até o final da análise dos dados, análise das interações e do resultado apurado.
Aprendizagem Invertida uma metodologia antiga agora se apresentando, de forma reconfigurada, no mundo da aprendizagem mediada tecnologicamente ?
Microtexto 3: Qualidade na EaD: por onde recomeçar? (13 jul.2021)
Ontem, durante a daily meeting de um projeto de educação corporativa a distância, que coordeno, a questão da qualidade foi posta à mesa.
A inquietação surgiu pelo fato de a qualidade permear todos os processos identificados no design educacional do projeto, suas trilhas, a jornada do estudante e a dificuldade de identificá-la como entregas e não como intenção.
Creio que na educação acadêmica essa dúvida persista, mesmo com todos os resultados de pesquisas de mestrado e doutorado relacionados à educação e seus processos.
Primeiro acredito que seja preciso compreender e identificar o que estamos considerando como qualidade na EaD. Seria o vasto currículo e seus títulos acadêmicos atribuídos aos professores? A presença do projeto pedagógico do curso nas ações dos atores da EaD? A infraestrutura tecnológica de mediação da aprendizagem e do ensino nas IES? O valor salgado da mensalidade cobrada pela IES? O uso de metodologias ativas nos processos educacionais? O status da avaliação externa do MEC?
Veja que são muitas as questões ou requisitos, mas que podem não definir se há qualidade na oferta de cursos ou disciplinas a distância…
Considerando a nova configuração desenhada pela C-19, pensar em qualidade na EaD é necessário compreender as mudanças radicais que passaram a compor os requisitos de qualidade na educação.
Se pensarmos nos diversos espaços em nuvens para o ensinar e aprender reconfigurados em estações de aprendizagem, se levarmos em consideração a skills “resolver problema”, das top Skills 2025 do World Economic Fórum, o código CIC – Confiança, Inovação e Cooperação da OCDE, os dilemas e contextos da aula online, a urgente mudança de conceito sobre currículo universitário, as variantes dos protocolos de segurança nas escolas, a concorrência da homeschooling dentre outros elementos que compõem o novo cenário educacional mundo afora, a qualidade que conhecemos pode estar muito aquém do esperado para esses novos tempos…
A qualidade percebida é aquela entregue aos stakeholders…, principalmente à sociedade.
E você o que acha disso?
Microtexto 4: O professor e a interação na aula online (13 jul.2021)
Há pouco tempo trouxe para este espaço de compartilhamento uma reflexão interrogação: você é professor ou educador/mentor?
De lá pra cá este debate parece mais acirrado em razão da continuidade da pandemia, das exigências de novas atitudes docentes e do pensamento empreendedor na educação.
Antes, a interação era olho no olho presencial e agora este diálogo se dá na tela do celular ou do desktop e em razão dessa mudança de ambiente educacional, que demonstra continuar mesmo depois da C-19, exige-se muito mais que essa relação professor estudante seja mais dialógica, mais eficiente, mais autônoma.
Mas aí esbarra-se nas indagações: as IES estão preparadas para esse novo cenário?
Qual seria mais adequado para este novo ambiente educacional o ser professor ou o ser educador/mentor?
A considerar a reviravolta provocada pela C-19 no segmento educacional, interação virtual sem dialógica, sem produção e entrega parece ser coisa do passado…
Mais do que nunca uma boa seleção de docente será um divisor de águas. O ambiente online é cheio de surpresas e possibilidades e parece não ter espaço para o ser professor…
Creio que o grande diferencial nessa fase de transição será a preparação das IES e do professor para a convivência harmoniosa com a homeschooling.
Microtexto 5: Estações de Aprendizagem (EdA) online: o que estamos descobrindo? (13 jul. 2021)
Pois é, dentre os esforços para mitigar os desgastes do ensino remoto advindos da pandemia, as EdA estão, a cada dia, trazendo novidades e nos deixando atordoados com seus pontos e contrapontos. O aprendizado com essas experiências e descobertas é acima das expectativas.
De um lado os contextos das limitações e frustrações institucionais, de outro os benefícios que a integração entre elas trazem para a autonomia da IES, dos seus professores e gestores.
Do ponto de vista do estudante, a receptividade se justifica quando estes percebem os benefícios de optarem por um ambiente educacional mais confortável, flexível para o seu status socioeconômico, para a sua proficiência tecnológica, sua capacidade de desenvolver novas habilidades em sua jornada de estudante. A ponta do iceberg ainda é o sistema de avaliação nessas estações.
O potencial da inteligência artificial nesse ambiente de aprendizagem misto é inestimável… a exploração das metodologias ativas nessa rede de dados, de informações e processamentos humanos e não humanos parece pequena diante do que ela pode oferecer.
A inquietação ainda é: quando os nossos currículos e professores estarão preparados para aproveitarem este nova configuração tecnológico-digital na educação brasileira? Salas de aula digitais online combinadas com ambientes interativos podem mudar o que aprendemos até aqui sobre ambientes virtuais de aprendizagem. “Vivendo e aprendendo”… #aprendizagemhibrida
Microtexto 6: A gamificação e a “receita de bolo”? (30 jul. 2021)
Ainda encontramos boas intenções em utilizar a técnica da gamificação, na educação, materializada por uma “receita de bolo”…
Ontem, na daily meeting de um projeto que coordeno (na educação corporativa a distância), essa questão apareceu como desafio, dada a forma como ela foi apresentada no debate da modelagem da avaliação online: “vamos gamificar colocando uma premiação para os que acertarem a questão posta”.
No início um susto, depois de um bom debate e uma reflexão mais aprofundada sobre o propósito da gamificação ou do game na educação chegamos a um equilíbrio, a uma clareza sobre gamificar na educação.
Difícil é fazer compreender aos incrédulos que a educação é complexa e como tal não aceita a “receita de bolo’ e não podia ser diferente na gamificação. Premiar não é o propósito, mas estabelecer uma narrativa curiosa e suas trilhas, suas descobertas, seus estepes de modo a garantir que o estudante desenvolva novas habilidades para a sua transformação.
Mesmo na matemática, a gamificação precisa do esforço humano, da sua cognição e metacognição para descobrir, transformar e transformar-se utilizado o 2+2=4 em contextos e cenários do cotidiano do estudante…
Na gamificação, tão importante quando chegar ao pódio é apropriar-se dos obstáculos e do aprendizado até ele…Na gamificação, em um processo educacional, o que importa é sentir-se desafiado, curioso, engajado e motivado para chegar ao pódio. O prêmio pode ser o prazer, a felicidade da descoberta, da transformação até o alcance do desafio proposto. A premiação deve ser secundária e não o principal… O desejo da premiação, como centro das atenções, pode inverter o propósito da gamificação.
Enfim, na educação não há ”receita de bolo”, mas desafios de chegar ao bolo que nos fazem aprender o “caminha das pedras”
Referência
Observações e análise de dados de evidências, diálogos, experimentações, interações, erros, acertos e avaliações realizados durante cursos híbridos-online e assíncronos em projetos de educação a distância corporativos e acadêmicos que coordeno.