Então, quando me fizeram esta pergunta no início do mês de março não era ainda um membro do clube, mas imediatamente procurei saber de que se tratava e tornei-me um membro.

A minha resposta não podia ser outra: seria antiético e irresponsável emitir parecer se não o conhecia, se não tinha nenhuma vivência com a sua proposta.

Agora, depois de participar como organizador e como ouvinte de várias salas do clube (22 como ouvinte, 2 como debatedor e 4 como organizador), depois de analisar os apontamentos feitos durante esses eventos, depois de alguns diálogos com pessoas e professores que estão ativos nessa nova rede social comparando o ambiente, as estratégias de diálogos e de interatividade com outras interfaces sociais da rede, creio que já posso emitir algumas percepções.

Embora a tecnologia demonstre favorecer uma agenda muito dinâmica e democrática, observo algumas tentativas de “cópia” das lives e webinares exaustivamente conhecidos… sendo utilizada por muitos nesse formato, talvez por desconhecer suas características e funcionalidades tecnológicas (drop-in áudio).

O interessante, nesse primeiro momento de análise de potencial de uso desse ambiente tecnológico na educação, é observar algumas evidências de migração do objetivo das lives e webinares (com suas características e funcionalidade próprias)  para o ambiente clubhouse que se apresenta, pelo menos até aqui, em outra perspectiva de “chat-áudio online” aberto.

Nesse primeiro momento, arrisco-me a listar alguns pontos e contrapontos que seguem:

  1. Agenda dinâmica e não instrucional-burocrática.
  2. Modelo dinâmico-optativo tipo Netflix
  3. Mesa com assentos rotativos baseada em autoconfiança
  4. Cognição ativa áudio-dialógica
  5. Alto nível de empatia
  6. Muito simples para leigos em ambientes de interatividade
  7. Forte aderência para trocas espontâneas de experiências e vivências por mentoria
  8. Facilita o diálogo internacional não programado e espontâneo

Contrapontos de uso:

  1. Excludente, ainda limitada à tecnologia IOS (alto nível de exclusão no país)
  2. Exige habilidades específicas de sustentação de debates não visuais
  3. Em alguns casos, enfadonha em debates superiores a 45 minutos

Enfim, ainda temos um longo caminho de pesquisas, observações, testes e de trocas de experiências para uma tentativa de concepção acerca do propósito e de potenciais metodologias de uso do clubhouse na educação informal e na formal. Por enquanto esses apontamentos não passam de apontamentos…

Continuar experimentando para conhecer melhor, pode ser a alternativa para a exploração adequada do potencial educacional desse nova rede social.

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