Enilton Rocha, jun. 2023.

Resumo

Este texto apresenta considerações sobre o novo cenário para o ensino superior
frente ao iminente impacto da inteligência artificial (IA) e suas ferramentas
generativas neste segmento educacional, com destaque para os aspectos relacionados
às questões relativas à ética e aos processos de avaliação e de seleção. Pretende
aguçar reflexões e ações que possam contribuir para mitigar os efeitos desse impacto.

Não bastasse o avanço tecnológico nos meios de comunicação, nos processos de ensino
e aprendizagem, e na vida das pessoas de um modo geral, agora estamos diante de uma
nova era tecnológica. Essa nova era parece não só revolucionar o que já existe na
educação, mas, também, exigir das IES, seus gestores e professores, um conhecimento
mais especializado das teorias da IA, de suas ferramentas e de seus impactos diretos e
indiretos na convivência acadêmica e na educação profissional.

É notória a confusão psicológica provocada pelo surgimento de algumas das ferramentas
da IA, na esteira do ChatGPT, que tanto incomoda pesquisadores, professores e gestores
do segmento educacional mundo afora. Embora a IA já esteja na vida das pessoas em
várias de suas rotinas sociais, de trabalho e na educação, o espectro do ChatGPT e suas
ferramentas coadjuvantes têm provocado interrogações e controvérsias não respondidas
pelas experiências anteriores.
Nesse cenário, o resgate dos valores éticos, humanos e de contexto parece em ebulição
diante do universo de possibilidades positivas e negativas, considerando as vantagens e
os riscos que essas ”novas tecnologias” podem trazer para a IES e seu ecossistema
educacional.

Para o presidente da ABMES, (NISKIER, 2023), a IA vai impactar faculdades em três
anos. E destaca que “questões éticas, de avaliação e de processos seletivos serão desafios
em curto prazo”. Mas por que essa previsão se muitas instituições de ensino já convivem
há mais de um século com a mediação e os impactos da tecnologia em muitos dos seus
processos acadêmicos? O processo de assimilação e apropriação de novas tecnologias,
pelas IES, no Brasil, estaria ou é notadamente moroso para aceitarmos essa previsão?
Teremos fôlego até lá para absorver os riscos e vantagens da IA Generativa? Esse período
de três anos seria o suficiente para que as IES brasileiras tenham condições de se
apropriarem e se prepararem para o convívio diário com o potencial e os riscos da IA
Generativa?

Texto na íntegra – https://abed.org.br/arquivos/IA%20IES%20E%20CHATGPT%20rocha%20enilton%202023.pdf

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